
14 Ene Revista Marxismo Vivo – Português N° 10
Marxismo Vivo chega ao número 10.
Ainda que seja um fato simples, nos enche de orgulho, porque Marxismo Vivo conseguiu se autofinanciar e foi editada em espanhol e portugués, sendo que algumas edições foram traduzidas para o francés, russo e inglés.
Isso só foi possível porque centenas de militantes a encararam como sua revista, a leram, criticaram e divulgaram.
Mas o que mais nos enche de orgulho é porque Marxismo Vivo soube, dentro de suas modestas possibilidades, ser um instrumento de defesa do marxismo, não um marxismo acadêmico, amorfo, mas um marxismo militante e ligado aos princi pais fatos da luta de classes mundial.
Na apresentação da primeira edição da revista dissemos que ela estava a servi. ço do debate surgido no interior da esquerda mundial, debate este que a partir da queda do Muro de Berlim passou a questionar o marxismo e seus postulados básicos. Nos últimos anos temos assistido à evolução desses questionamentos, que acabaram por dar um salto qualitativo: essa esquerda passou de malas e bagagens para o lado da ordem burguesa “democrática”.
Ao mesmo tempo em que a classe trabalhadora mundial protagonizava diversas revoluções, greves gerais, fazia manifestações multitudinárias e opunha uma resistência armada à invasão imperialista, o grosso da esquerda mundial, inclusive os “trotskistas”, abandonavam a luta de classes e a luta pela ditadura do proletariado, em troca de luxuosos mandatos ministeriais e lucrativos postos parlamentares,
O estudo e a investigação que Marxismo Vivo levou adiante esteve a serviço da defesa do marxismo, por um lado, e a elabroação de um programa revolucionário, por outro.
Nestes quatro anos de existência da revista, analisamos e discutimos os princi pais processos revolucionários que ocorreram no período: Equador, Palestina, Afeganistão, Argentina, Brasil, Bolivia e agora, nesta edição de número 10, discuti mos a questão da Venezuela
Também foram enfocados grandes temas gerais, muito importantes para a construção de uma alternativa revolucionária mundial, como a recolonização imperialista, o papel da ONU, a questão da opressão feminina, a saída para a luta camponesa, a restauração capitalista na Rússia, na China, em Cuba e outros países, o protagonismo de milhões de lutadores sociais em todo o planeta, o proletariado como sujeito social da revolução nos tempos da globalização, o nacionalismo bur gues ontem e hoje, a relação entre poder operário e a bandeira da Assembléia Constituinte. Respondemos, partindo de nosso ponto de vista, à pergunta chave de hoje: o que aconteceu com a irreconhecivel esquerda mundial? Ou como enfrentar os governos de Frente Popular como o de Lula no Brasil?
Entramos nesta discussão não de forma neutra, mas sim a partir da defesa do marxismo, defendendo princípios muito simples, tais como a não participação em governos burgueses – Brasil -e a oposição à invasão de tropas imperialistas em países coloniais – Haití hoje abandonados por 90% da esquerda mundial.
Travar esta luta e oferecer uma alternativa socialista e revolucionária, mesmo que modesta, é a grande conquista de Marxismo Vivo
A revista cumpre seu objetivo: oferecer ao proletariado mundial, em especial à vanguarda marxista revolucionária, uma compreensão comum dos acontecimentos mundiais, um programa de ação, partindo da defesa e da atualização do marxismo, ao calor da luta de classes, entendendo sempre a teoria marxista como um guia para a ação.
Nas páginas de Marxismo Vivo ficaram estampadas muitas opiniões, polêmicas e pontos de vista diferentes. Mas queremos que haja mais críticas, mais cartas à redação, mais opiniões dirigidas à revista por parte dos leitores
Para nós, isso é fundamental porque, como disse Trotsky, explicando o caráter da revista Clare, editada no México na década de 30: “A comunicação constante entre os diretores e os lectores é o requisito fundamental para que a revista tenha uma orientação correta e se ligue estreitamente à luta de classes do proletariado.'” .
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