Revista Marxismo Vivo – Português N° 15

Revista Marxismo Vivo – Português N° 15

Esta nova edição de Marxismo Vivo destaca a situação venezuelana, Com ela também inauguramos uma nova seção, intitulada “IV Internacional, onde também se fala da Venezuela. Não é por acaso. Ambos os temas estão intimamente relacionados.

Em várias edições anteriores de nossa revista escrevemos sobre a reconstrução da IV Internacional. No entanto, nos parece que agora vivemos um momento especial já que a realização dessa tarefa não está presente na realidade apenas como uma necessidade, mas também como uma possibilidade. Isso é justamente o que justifica a criação dessa seção que, a partir de agora, será permanente em nossa revista.

Várias vezes falamos sobre um “aluvião” ou um “vendaval” oportunista que arrasou, a partir da restauração do capitalismo nos ex-estados operários, a maioria da esquerda, não apenas reformista mas também revolucionária. Esse vendaval oportunista é uma realidade, e se expressa hoje em dia em uma vergonhosa capitulação dessa mesma esquerda frente aos governos de Frente Popular, ou aos governos populistas da América Latina. Mas também é uma realidade que em diversos países do mundo existem, ou estão surgindo, organizações revolucionárias, na maioria dos casos ainda relativamente pequenas, a resistem a esse curso e que se negam a ser capachos desses novos governos capitalistas disfarçados de “socialistas do século XXI”.

Esta realidade é um subproduto da situação revolucionária mundial, e nela as massas e sobretudo os setores de vanguarda vão fazendo sua experiência não só com os governos burgueses tradicionais mas também com os de Frente Popular. Essas organizações revolucionárias, em alguns casos, estão se reagrupando em torno da LIT-QI (Liga Internacional dos Trabalhadores – IV Internacional) mas na maioria continuam dispersas e sem conexão entre si.

Quando lançamos a revista Marxismo Vivo, no ano 2000, diziamos que nosso objetivo era ajudar a elaborar o programa da revolução depois dos acontecimentos do Leste europeu. Hoje continuamos tendo como objetivo ajudar a construir o programa da revolução, no entanto, nosso objetivo é muito mais preciso. Nossa intenção é ajudar a construir o programa que dê as bases para agrupar as organizações e os ativistas operários, estudantes e intelectuais que não se deixaram levar pelo vendaval oportunista. Nossa intenção é reconstruir o programa que possa servir de base para reconstruir a IV Internacional.

No momento de encarar essa tarefa, o tema da Venezuela se transforma em um divisor de águas. E não podia ser de outra forma. Há um duro debate no interior da esquerda. Aparentemente se trata de um debate entre socialistas revolucionários, mas não. O chamado “socialismo do século XXI” em nada se diferencia do reformismo do século XX. É o velho debate entre reforma e revolução e é em torno da atualização desse debate que avançaremos ou não na Reconstrução da IV Internacional. Mãos à obra!

 


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