Revista Marxismo Vivo – Português N°3

Revista Marxismo Vivo – Português N°3

O projeto norte-americano do ALCA, assim como as recentes manifestações contra ele em Buenos Aires ou Quebec, as brutais agressões sionistas ao povo palestino, assim como a heróica Intifada, são expressões Categóricas de um mundo cada vez mais convulsionado.
Essa situação alenta e empurra obrigatoriamente milhares de lutadores a buscar uma “compreensão comum do mundo e as tarefas que daí se derivam para mudá-lo. Ou, em linguagem marxista, a buscar um programa.

Marxismo Vivo, seguindo com a razão de ser de seu nascimento-colocar-se a serviço desse debate programático-aborda neste número centralmente dois blocos temáticos. Um, em relação ao Fórum Social Mundial ocorrido em Porto Alegre. Outro, como anunciamos na edição anterior, refere-se ao conflito no Oriente Médio.

OFórum suscitou um enorme entusiamo entre milhares de ativistas. Um entusiasmo apoiado na esperança de encontrar um espaço internacional onde, depois dos combates nas ruas, fábricas e escolas, muitos lutadores se encontram para tentar “passar a limpo” a ação desenvolvida, buscar essa “compreensão comum das tarefas comuns”.

Os organizadores do Fórum ressaltaram que as atuais mobilizações são limitadas, que não bastava dizer não, era necessário apresentar uma alternativa. E um critério correto. Não basta dizer não. E preciso apresentar um programa alternativo. Mas qual é esse programa alternativo? Os organizadores do Fórum de Porto Alegre foram esboçando um programa, um programa de reformas ao capitalismo para conseguir “um outro mundo”

Enquanto isso, a milhares de quilômetros de Porto Alegre, os lutadores palestinos continuam comovendo o mundo com sua Intifada. As massas palestinas passam por cima dos mal-chamados “planos de paz” e escrevem, pela enésima vez, páginas de heroismo, enfrentando de forma revolucionaria o opressor Estado de Israel, e deixam no ar uma pergunta que, por sua vez, é uma questão programática central: é possível a paz no Oriente Médio enquanto existir o Estado de Israel?

Não escapará ao leitor o conteúdo polêmico das matérias selecionadas. Não há nisso o menor interesse em instaurar controvérsias inúteis. Ocorre que em todos esses debates, volta a ganhar atualidade o velho debate que dividiu o marxismo no século passado: reforma ou revolução?

OFórum de Porto Alegre chegou a uma conclusão que não podemos deixar de compartilhar um outro mundo é possível”, mas o problema é como chegar a ele, com que programa. Com um programa de reformas do capitalismo ou com o programa da revolução socialista?

Esperamos, pois, que os artigos que apresentamos aqui, independente do grau de acordo que inspirem, sejam de interesse e utilidade para os leitores, já que Marxismo Vivo nasceu para contribuir, a partir de uma ótica marxista, com esse debate programático, teórico, político e organizativo em curso.

 


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